27 de nov. de 2009

Nove é o numero da sorte?

E naquela noite ela havia sonhado com dentes. E não gostava de sonhar com dentes.

Era supersticiosa e muito frágil. Pelo menos ela gostava de se sentir assim.

Quando abriu os olhos de manhã, e via ele se vestindo, pensava em sua bunda. Quem foi que disse que só bunda de mulher podia ser bonita?

Mas mudou de ideia, isso parecia tão vulgar. E não queria coisas vulgares nessa manhã de sexta-feira, a imagem dos dentes quebrados em seu sonho ainda percorria sua espinha como um sopro quente.

Ela queria não pensar nisso, ou em coisa alguma....porém, era quase impossível evitar.

Em sua vida, seus hábitos, era quase impossível deixar de pensar em algo que não fosse, como dizer, não sabia mais se era positivo ou negativo.

Enquanto dirigia seu carro, quase sentia-se bem, mas ao olhar para os lados achava tudo tão entediante e sujo. Antigo, tudo tinha cara de ultrapassado: as cores dos carros, o escuro-esburacado do asfalto, os cigarros e os pontos de ônibus.

Neste dia, as coisas todas quase saiam do lugar, tudo caminhava naquela linha imaginária que ela inventou para separar um bom dia, de um mal dia.

Quando saiu de casa, o elevador estava parado em seu andar. Bom sinal. Quando entrou, ele subiu até o 12.

Quando chegou no estacionamento o carro estava aberto. Ótimo. Mas a chave estava no pneu traseiro, isso pode ser um pouco irritante.

Não havia trânsito e ela quase bateu o carro para observar um sujeito de grandes óculos de sol que pedia informações a um taxista. Porque raios isso deveria ser interessante?

Absolutamente. Não era interessante.

Mas ela olhava fixamente para o sujeito que gesticulava e parecia até meio baixo dentro de um carro tão imponente. Engraçado, porque homens de óculos de sol dirigindo carros pretos podem ficar subitamente interessantes? Aliás, tinha uma nova teoria para isso: ou estes homens ficam muito mais bonitos do que realmente são ou parecem completos idiotas.

Sempre pode ser uma coisa ou outra, às vezes, as duas juntas. É sempre assim... rá. engraçadona, sei, sei. Bom sinal, ainda tinha algum senso de humor. Muito bom.

Só mudou de ideia quando notou na calçada aqueles três adolescentes bebendo cerveja, na saída da faculdade. Por um milésimo de segundo pode se imaginar em uma mesa de bar de plástico, tomando cerveja em copo americano, com um cara feio e uma colega qualquer. Ficando bêbada, dando risadas aleatoriamente e no final uma conta pra rachar de R$8,50. Sentia-se tão moderna, quase uma mulher de verdade: podia pagar sua própria bebida e bebê-la como homem de verdade, sem vomitar, sem chorar ou falar de ex namorados. Sabe, existiam todas essas regras...

E então começou a pensar sobre todos os esteriótipos de cabiam dentro de si. Afinal, é possível gostar de Nina Simone e Kings of Leon? Lembrou na sequência sobre como detestava essas pessoas que gostavam de Coldplay. Tudo parecia bege. Nude.

O vento quente da rua invadia seu carro, a calça jeans que cobria as pernas pegando fogo. A imagem refletida no retrovisor. A moto estridente ao lado. A música que ela gostava-e-odiava tocando no rádio. O barulho que o painel do carro fazia.

Um estranho vento quente lhe subia a espinha, tinha algum motivo, hoje ela não seria 100% feliz porque....ahh, dentes. Claro. Efetivamente podia não ser um bom sinal.

cre-ti-na (isso porque não sabe separar idiota em sílabas)

Isso não tem nada a ver....dentes, já havia sonhado com dentes tantas vezes...até parece...uma vez, e faz tempo, ainda havia aquela nuvem do passado sobre sua cabeça, seus dentes explodiam na boca.

(respiração profunda) (estava aprendendo)

Cartola, porque aquela música era tão triste? E porque ele gostava de músicas tão tristes? Ela procurava em seus silêncios as peças que formavam o quebra-cabeças que era sua vida. Pois ele não gostava muito de falar, especialmente se este falar tivesse a ver com...ele..

E ela tentava se justificar, tentava ser especial, tentava alcançar seu afeto e sua aprovação. Então ele a abraçava, e ela suspirava em silêncio. E ele não podia notar, porque ela já tinha se acostumado a viver no escuro. E era assim que ela se sentia mais forte, ironicamente.

Mas as pessoas iam e vinham. e sua irritação crescia no mesmo ritmo do andar de pessoas do estabelecimento. E quando notou, estava irritada, falava alto pelos cantos, segurava a alça da bolsa com toda sua força, quase rangendo os dedinhos.

Foi quando a garçonete entrou. E ela trazia dois pratos de comida na mão. Um deles encostava em sua barriga e a pasta branca roçava seu avental azul, que escondia sua pele flácida e suada.

Mal conseguia comer. Você sabe, não se pode ter tudo na vida. Mas comeu. E mastigava lentamente o bolo úmido... e de repente descobriu porque engolia tão rápido, sentir aquela massa quase líquida se formando em sua boca...

Pediu uma água de côco que veio quente.

Colocou os óculos de sol no rosto (não, não eram aqueles modelos wayfare da moda). Voltou a passos lentos pela calçada, pensando na sapatilha que quase se abria na traseira: preciso arrumar, preciso colocar nesta minha lista interminável de coisas para fazer.

Tanto a se conquistar, tanto a se descobrir, tanto a se aceitar, tanto a se mudar.

Estava quase feliz de pensar que só faltavam poucas horas para o dia terminar, e ela poderia ler seu livro mais novo livro. Não poderia ser acaso, e pensar que ele entedia isso, a fazia imensamente feliz. (Solicito aos leitores que imaginem aqui alguns corações com glitter piscando, grandes e pequenos, naquela vibe MSN de adolescente)

Dentes, dentes, dentes. Uma grande borracha verde, bebês sorridentes, muita felicidade. Respiração profunda.

Havia decidido parar de fumar. De novo.

16 de nov. de 2009

Sobre as perdas

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