26 de set. de 2008

Perdi minha aula de hinos védicos

Gostaria de ter começado o post anterior de outra maneira.
Gostaria de ter começado dizendo como ter te vomitado me fez bem, e como depois disso fiquei sem inspiração a semana toda. E como havia sido ótimo.
Por que botei você pra fora de mim e aí consegui ver que foi só um pequeno líquino, quase trasparente, que saiu.

Só que me vomitei. Coloquei pra fora tudo de ignóbil e baixo que havia em mim.Exagerei, dramatizei, me virei pelo avesso e me retorci. Tentando tirar tudo de indissolúvel que havia dentro de mim.
Fiquei com garganta doendo ao me cuspir pra fora. Não quis me justificar, não quis me culpar, não quis me fazer de vítima. Só que no final ficou uma criança frágil, imatura e egocêntrica.

e Ao me ver refletida na tela fria e pálida, me reconheci.E pude ver o quanto tudo isso me soava falso.
e bobo.
e patético.

Termino por aqui com plena consciência que isto deve significar um recomeço. Embora mudanças e coragem (...)
Continuo achando que estou cercada de limites arames-farpados e muito medo de enfrentar tanto à eles quanto à minha imagem refletida no nó da minha garganta.

Espero dormir e achar uma resposta, mesmo sabendo que ela não vai surgir enquanto eu estiver presa em mim mesma. E buscando, incessantemente, algo que nunca existiu.

25 de set. de 2008

De uma aluna da 4ª série primária

Sou uma péssima profissional.
Sou um fracasso como mulher.
Minha vida toda é um conjunto de derrotas e não consigo fazer nada direito.
Só erro em tudo e não consigo fazer porra nenhuma direito.
Sou amarga, chata, desisteressante, medíocre.
Não tenho talento. Não tenho dignidade.
Não tenho nem amor próprio. Não sirvo nem pra mim mesma.

esse foi o texto mais lixo de toda minha vida.

21 de set. de 2008

Nascimento Silva

Minha amiga te acha arrogante. Minha astróloga diz que você é gay. Minha terapeuta acredita que você teve grandes problemas na infância. Minha mãe acha que você não me merece.
E eu.
Continuo querendo saber o que você acha. O que você acredita. Como foi sua infância. Sonhando com seu pau. E com uma grande ferida aberta que insiste em não cicatrizar, a certeza que só seu suor, lágrimas e saliva poderão cura-lá.

Adendo: Veja bem, ela não sangra mais. O sangue coagulou. A pele está escura em volta.
Lâncome, algum perfume e consigo até seduzir dois ou três trausentes. Mal sabem eles o que carrego por trás do meu débil sorriso.

Domingo à tarde

Passei na frente do seu prédio. Procurei por luzes acessas, pessoas na sacada, de repente uma festa, fumaça de uma churrasqueira.
Olhei dentro da portaria, te procurei saindo das escadas rumo ao elevador.Falando com o porteiro. Te procurei pela garagem, estacionando o carro, descendo com o lixo, pegando algo no porta-malas.
Fingi que amarrava o tênis para ter tempo de checar se você estava no bar da esquina com algum amigo, tomando uma cerveja e falando sobre investimentos na Bolsa e mulheres.
Entrei na loja de decoração que fica do outro lado da rua. E se você estivesse com ela, e ela quisesse ir na lojinha e você estivesse junto e se quando eu entrasse eu a reconhecesse, e você me olhasse com olhos cravejados verde-mel. E eu ficasse com vergonha e passasse algum conhecido e me cumprimentasse e perguntasse da minha vida e eu dissesse tudo que eu gostaria que você ouvisse e acreditasse. E você ficasse sem graça, e com saudades e vergonha ao mesmo tempo.
Ahhhh, melhor ainda, e se ela, que estava com você, fizesse algum comentário bem estúpido ou te chamasse de morzão e você ficasse com vergonha e reconhecesse que eu sempre tive razão, submissamente eu sempre soube. Porque minha intução me diz e meus sonhos te amarram pelos pés.
...
Acabei comprando um incesso de arruda e um quadro feito de umas caixinhas de fósforo com imagens de orixás.
...
Busquei suas coisas dentro de um caminhão que estava estacionado na frente do prédio. E se você estivesse se mudando?Para um apartamento chique e gigante, cheio de móveis escuros e sem nenhuma planta?Você levaria seu cheiro com você ou restaria algo impregnado nas paredes do antigo imóvel?
E se eu me mudasse para o apartamento em que você vivia?Lavaria as paredes com bombril e cândida, pintava tudo de rosa e laranja e vermelho. Enchia de samambaias, livros, CDs de chorinho e música francesa.
Colocaria minha cama do lado oposto onde você colocava a sua. Um armário na parede oposta. Uma grande mesa no centro da sala.
......
Talvez você se mudasse, e eu nunca mais te visse. Talvez você sumisse e aquela rua voltasse a ser só uma rua suja, esburacada e escura.
Talvez eu não tivesse tanta vertigem.
E eu tivesse a certeza que você não está lá. Nem em lugar nenhum. Porque ainda te procuro, e você está lá, só que eu não consigo te ver. Eu não consigo te alcançar no alto do seu 13ºandar.

Captação da benevolência

Às vezes me suupreendo com a minha ingenuidade, romantismo, lirismo. Justo eu que gosto tanto do meu ceticismo.
(Bela maneira de começar o texto, cheio de rimas pobres e vazias)
(Belo parênteses)
sic
Vamos de novo.
Na verdade, descobri qual é o meu problema. Mas não vou falar. Deixa eu amadurecer essa idéia estúpida.

A grande questão é que sou muito intolerante e rigorosa comigo mesma e julgo todos os meus atos, pensamentos, o jeito de mexer no cabelo. E fico buscando nos meus silêncios indícios da minha vaidade e egocentrismo.
É, ultimamente tenho pensado muito nisso. Medo de ser uma dessas pessoas obstinadas, cheia de teorias, que balança a cabeça concordando com o interlocutor e mal consegue se aguentar sentada esperando a mudança do turno conversacional.
Pavor. de ser muito articulada, à margem de um discurso retórico, na maioria das vezes sofista.

Tenho uma coisa meio teatral e afetada. Tenho uma percepção muito clara dos meus atos falhos e vontades inconscientes, todavia nenhum controle.
Estou cansada de tanta análise, tanta metafísica, tanto controle, tantas amarras emocionais e limites-arame-farpado.
Mas fico sempre, impondo, proibindo, julgando, mandando, demandando, justificando.
Preciso de mais vazio, mais silêncio, mais circo, mais sorvete de côco. Mais parques aos domingos, mais sambas, mais cerveja, mais sexo, mais comédias românticas.
Inventar histórias, deixar fluir a imaginação, me libertar de mim mesma.

Sou escrava da minha disciplina. Uma putinha que abre as pernas todos os dias para o Inconsciente. Deixo ele me chupar, possuir, dominar. Me come sem pudor, sem receio.
Dorme com a certeza que eu sou sua e não consegue ver, quando deita para o lado, meus olhos de lamparina, o vômito e sangue. O líquido amarelo-viscoso que escorre pelo lençol.
Limpo tudo antes de amanhecer e no silêncio da noite, fico me caçando, chicoteando e martirizando, em um ritual de auto-suplício. (Isso existe?talvez flagelação, mas ficaria tão óbvio. E você sabe, preciso fugir dos lugares-comuns)
Tomo um banho, muito rímel, batom rosa claro e uma blusa em tons-primavera. Música feliz e permaneço por uns 20 minutos sedada. Até a proxima crise.
Tento fugir.
Mas o arame farpado me arranha a pele. E eu, que tenho tanto medo de me machucar, deslizo até o chão e sucumbo. Como uma velha puta que ainda se vende por uns trocados, sem a menor violência.
Preciso atravessar essa cerca, rasgar toda a minha pele até os ossos, deixar passar só o esqueleto.
Recolher o resto de mim mesma que ficou pelo chão e colar toda a pele fragmentada com saliva. Frankenstein de mim mesma. Quero ser monstro.Cansei de ser médico.

16 de set. de 2008

Não é pra qualquer um

Não vale, não é qualquer um que pode ter um blog.
A democracia da internet me assusta, não mereço ter espaço no mesmo universo cibernético que Saramago.

http://caderno.josesaramago.org/

The jungle V.I.P

Once upon a time eu estava com o carro estacionado na frente da sua casa e você estava parado no seu carro. Para você entrar na sua garagem eu deveria manobrar meu carro, mas ele estava absolutamente fora de controle. Eu bati em muros, postes e meu carro girava desgovernado. Consegui entrar na sua garagem, mas eu já estava de moto. E peguei na porra do volante com força, me concentrei e dirigi por alguns metros em linha reta.

Eu estava novamente na sua casa, na verdade estava na casa do seu vizinho, mas podia vê-lo com ela. Novamente. Podia ver seus amigos.
Você se trocava no quarto, e eu te via perfeitamente, e ela estava sentada na beira da sua cama, muito silenciosa e com o olhar distante. Ela tinha uns cabelos vermelhos, bem vermelhos, e ao mesmo tempo claros.
Seus amigos estavam lá e fumavam e, um deles, tinha lápis preto no olho. E seus dois irmãos, ruivos, bem ruivos estavam fantasiados de lutadores de sumô. Veja bem, você que não tem irmãos.
Entrei na sua casa, e você não falava comigo, claro.
Tampouco falava com ela.
Meus dentes começaram a doer, minha boca latejava, era como se meus dentes estivessem pressionando uns aos outros. Até que um deles, um lá de trás, no canto superior esquerdo, seria um incisivo, molar ou um canino?, arrebentou e se desintegrou em milhões de pequenos pedacinhos. Foi um processo abrupto e quase uma explosão dentro da minha boca, um dos pedacinhos vôo até a cara de um de seus convidados.
Depois disso só havia sangue.

Acordei de manhã com o nariz sangrando.

Apêndice: Tudo isso em algum momento tem que representar um (re) aproximação. Ou uma ruptura. Ou algum tipo de afinidade intergalática. Não é justo comigo, não faz sentido, você continuar tão presente no meu imaginário e estar alheio a tudo isso.
Sexta-feira
Augusta
03:00

Personagem 1
Tem buceta aí?

Personagem 2
Claro, é o que não falta.

Personagem 1
Quanto é?

Personagem 2
7 reais

Dando um trago no cigarro.
Na terceira margem.
7 reais? Mas esse país não estava em desenvolvimento?

12 de set. de 2008

Melhores comerciais - Versão Brasil

1) Criação F/Nazca. Leão de prata em Cannes 2008.

http://www.youtube.com/watch?v=Mtkc9J2Q1Oo&feature=related

2) Criado pela DM9, "Money" infelizmente não ganhou em Cannes. (Merecia)

http://www.youtube.com/watch?v=j-l8GvMCir4

Mega Medzo

De repente me pego pensando em você.
De repente sinto uma saudade que não cabe no peito.
Saudade de um amigo distante, mas sempre tão presente na minha vida.
Saudade de alguém que me faz acreditar na beleza das coisas e ter equilíbrio para seguir em frente.

Saudade de rir das suas piadas sem graça. Saudades de um jeep que ficou atolado em algum lugar que eu ainda não conheci

O tempo corre contra nós, o tempo nos desafia.
O tempo apaga cicatrizes, varre pessoas e mágoas.O tempo às vezes cobre de poeira até os sonhos.
O tempo.


Vamos usá-lo a nosso favor.Vamos manipulá-lo.
Vamos nos encontrar mais vezes, segurar os ponteiros com as mãos, para que o tempo corra bem devagar quando estivermos juntos.
E que a distância, a ausência e os silêncios sejam apagados quando estivermos juntos.

Sorria.
Não perca sua fé.
Mantenha o equilíbrio.
Confiança e fidelidade.

A vida no galinheiro

Diz Mésmer:

Esta manhã acordei pensando como é a vida no galinheiro. Quem acorda mais cedo, o Galo ou a Galinha?
Acho que é o Galo que acorda, faz o café e canta para a galinha saber que o café esta na mesa. É muito cedo, a Galinha volta a dormir?
Acho que sim. Ela toma café, dá mais uma cochilada, descansa, vai chocar ovos, dar de mamar para os pintinhos e começa fazer o almoço para o Galo, saindo para ciscar e pegar algumas minhocas e grãos de farelo para a sobremesa. Como é a tarde?
Acho que a tarde, após o almoço, a Galinha limpa tudo, coloca os pintinho novos pra dormir um pouco e dá mais uma chocadinha. O Galo, por sua vez, continua na vigia do galinheiro após colocar o lixo pra fora, pois, a companhia de lixo Galinheiro´s Clean passa às 4 da tarde. Ele, o Galo, desfruta do põr do sol com muita alegria, pois sabe ele que já já vai deitar com sua neguinha, a Galinha, ficar bem quentinho embaixo da mantinha dando vários bicadinhas.
E o jantar? Ahh, não esqueci não, é que acho que não tem janta no galinheiro...


Diz Aline:

Galinhas são burras e porcas.
Galinhas acordam e nem lavam o rosto, já vão ciscar sem nem ao menos escovar os dentes.
não dá pra saber quem acorda primeiro, se é o galo ou a galinha porque eles dormem separados. só se encontram de vez em quando para um sexo casual. Porque galos são machões pra caralho.
São briguentos, viris e não gostam muito de trocar idéia não. São um tipo assim, misto de caminhoneiro com coronel do nordeste.
Suados, sujos, feios. nunca se lavam ou penteiam o cabelo.
Os pintinhos são um caso a parte. Não ligam pra mãe, irmãos e nem sabem que é o pai. Se tivessem sensibilidade musical iriam ouvir Metallica, só que eles também são estúpidos como toda sua raça.
Comida?nem pra isso eles ligam, acordam todos os dias por inércia. Comem qualquer milho sujo que encontrarem no caminho, também não bebem água não.
Além de tudo são anti-sociais, não se dão com a comunidade do galinheiro, nem com patos, nem com pavões, gaviões, gatos. Nem com suas primas galinhas da angola ( se bem que estas últimas são muito fofoqueiras, dá pra entender...).
Galinhas são o tipo mais estúpido no mundo animal, um erro da natureza, uma aberração estética.

Deus inventou as galinhas para lembrar os homens de sua miséria, feiura e insignificância. Mas esses monstrinhos são tão horrendos que até o criador se assustou e se arrependeu.

Para se redimir, o Todo Poderoso inventou o frango refogado.com quiabo e cebola.uhmmmm....

Lalá

Eu tenho uma amiga
Mas ela é linda, suave e doce
Suas aparições e comentários...
Seus desejos são perfumados

Amigas não são fáceis, amigas estão sempre à beira de um abismo...
Se caírem se tornam irmãs, se andarem muito flutuam....e viram anjos
Anjos sem asas

Ela insiste em andar no meio fio.
Ela insiste em estar sempre presente.
Ela insiste em me ensinar o tempo todo.
Não faço objeções.

Pois tenho um pouco dela dentro de mim.
Tenho tudo.
Suas lágrimas, seus suspiros, suas risadas, suas hesitações.
Minhas lágrimas, meus suspiros, minhas risadas, minhas hesitações.

Ponto final

10 de set. de 2008

Sonhei duas noites seguidas com você, hoje até a perdi a hora. Assim que liguei o rádio de manhã tocava Doors.De acordo com minhas contas astrológicas e transcedentais, isto era um sinal de que eu devia te procurar.....Agora fico sem ter o que falar.... Não decorei coisas que eu deveria dizer, nem consegui pensar em nada muito convincente.Bem, talvez o sonho encerre o mistério em si mesmo. Um banho frio de manhã e tudo fica bem novamente.

...

Sinceramente, acho que meu sonho encerra o mistério em si mesmo.
Pois no sonho, não sei se você se lembra, ele não ficava comigo nem com a outra.
Ele não sabe do conteúdo do sonho, mas foi bem adequado o comentário dele sobre minha sensibilidade....Sei que ele não está comigo nem com ela como deveria....

Tenho a crença de que ele não gosta de mim, que não mudará, que ele não ficará comigo.
Escrevo pra ele já sem nenhuma esperança de que nada mude (ato falho essa sentença, não vou alterar), no fundo não quero que mude.
Minha paixão e quase devoção a ele se tornou um friozinho confortante, latente, constante e platônico.
Ele, de repente, se tornou meu interlocutor favorito,um desejo inatingível, e minha descrença no amor dele ao mesmo tempo me aproxima e me afasta.
Falar com ele se tornou um hábito, um busca incessante por algo que nunca terei. Que eu enfrento todos os dias com muita resignação.
Assim como enfrento a passagem do tempo, a rotina, as pequenas felicidades diárias. Com algum silêncio, aceitação e algumas alegrias discretas e tranquilas.
Para fugir de meus dramas, meus exageros, minhas radicalizações. Aceito minha derrota, e me martirizo quase todos os dias com a possibilidade de um amor que não terei.

....

Me ajoelho sobre seus joelhos, você fecha meus olhos, eu durmo junto ao seu peito. prendo sua respiração. acordamos, ambos, menos céticos.

Nelson Rodrigues

Hoje preciso de foco. Porque são tantas idéias pulando, saltando, acima de tudo, fugindo. Tento espremer como uma laranja. Tirar o líquido, separar sementes. De vez em quando como algumas, "faz bem pra vista". (Não, são as formigas...) Mas não adianta.Catar feijão. Amasso meus miolos, reviro pupilas, enxugo os olhos em vão. Nada. Ouviu bem? Nada. Nada de lágrimas, nem umazinha bem pequenina e fria, dessas gostosas de sentir no silêncio ensurdecedor de uma noite quente. Não é o nada. Não é o vazio. Floral, maldito floral. É a porra da yoga, a meditação ou esses livrinhos felizes que não leio. Muito ceticismo, definitivamente. Não, isso não me cheira bem. Não tem cor, não tem forma. Não é opaco. É o imperceptível passar dos dias. A única verdade. Tudo passa, repassa, trespassa à minha volta em círculos (virtuosos, ouvi hoje. Mas não sei bem se gostei. Deixa aí.) e eu sentindo vertigens ao olhar as pedrinhas portuguesas das calçadas. Essas coisinhas que se mexem e parecem flutuar. Vivo procurando nas falhas dos meus sentidos, a razão do meu não-ser. Talvez a única explicação plausível para tudo isso.

9 de set. de 2008

Best ads - Versão gringa

1) Filme "Cérebro", para Coca-Cola Zero, criado pela Wieden + Kennedy e adaptado no Brasil pela McCann Erickson.

http://www.youtube.com/watch?v=nk7fWDLkIRc

2)Filme "Grrr", para Honda Diesel , criado pela Wieden+Kennedy (UK). Levou o GP de Film no Cannes Lions 2005.

http://www.youtube.com/watch?v=F_fy7ZHxpBg

Não canso de assistir.

8 de set. de 2008

Fiz esse textinho inspirada em uma coluna do Clube da Criação onde redatores famosos e talentosos são convidados para escrever sobre o seus criados-mudos.
Não fui convidada, mas escrevi e publico aqui pq o blog é meu e divulgo o que quiser.

ps: Detesto quando tenho esses modos afetados.
ps2: segunda-feira chuvosa.
ps3:Ahh, tava quase esquecendo. Já tinha enviado esse texto para uma amiga, e disse que ela deveria escrever algo sobre o criado dela. Ela escreveu e acabou falando também algo sobre calcinhas limpas e dignidade. Achei bem foda a imagem de calcinhas limpas, banho, muitos silêncios e pouca luz dentro do meu quarto, alheia ao mundo.
Já descolei uma pauta pro próximo post. Por enquanto fica aí meu criado.


Sobre ele exerço toda minha tirania, ele é meu criado e, vejam que conveniente, mudo.
Ainda é bonitinho o safado.
Ele mantém se a postos todos os dias, carregando todos os meus caprichos. Sempre organizado, um servo muito competente.
Ora livros chatos, ora leituras interessantíssimas. Às vezes um incenso de arruda, às vezes um celular desligado. Um jardinzinho japonês pra ficar charmoso, ele sabe me agradar.
Alguns segredos na última gaveta, maquiagem velha na primeira, e muita bobagem perdida no fundo.
Pego nos seus puxadores com força, lasco sua madeira vagabunda. Sou sua senhora.
Velhinho, está coxo.
Mas não o troco. Sugarei-o até seus parafusos enferrujarem e sua estrutura tosca amarelar. Jogo fora sem olhar pra trás e compro um novo pequeno vassalo cheio de vigor e amor pra dar.
A vida poderia ser toda produzida em larga escala.

Por que eu não entendo as lésbicas ou elogio da efervescência

Pintos são lindos.
São delicados e sensíveis.Imponentes, geniais e sacanas.
Cheirosos.Te consomem pelo avesso.
Não há nada mais profundo se tratando de anatomia humana.
Espírito de camaleão.Dança da morte.

Toque com sensibilidade, contenha os gestos.
Ame e deseje.A recíproca é verdadeira sempre.
Acima de tudo suspire.Sinta.
São altivos, prepotentes devem ser sempre.
Respeite.Conquiste.
São egocêntricos, você deve compreender.

Um pau faz mais parte de você do que tudo o que você acreditou.
Todas suas crenças, todas suas mentiras.O que te resta?
O que é prazer para você?Senão algo fora do seu alcance, senão algo que você nunca consiga traduzir.
Sentimento, instinto.Pureza.

caros, não se iludam.não permitirei.
Sejam fortes, sejam muito fortes.irão percorrer caminhos inóspitos.
O Triunfo enfim.

Poema sem título

Os começos podem ser em qualquer ponto da história.
Nunca fazem muita diferença.
Afinal, depois de começados, os fatos, inexoravelmente, consumados.
De que importa, diga-me você.
Pois eu tenho a resposta, inventei agora, acredite.

O mundo gira aleatoriamente, em universo infinito.
No sistema solar.
E as pessoas ainda são conceituais. Divagações, espasmos de idéias.

Qual a é a única razão que te faz abrir os braços?Quais nomes e pronomes,
declamados ao pé do seu ouvido, te fazem querer sentir?

Digo: Cala-te!Não fala, somente respire.
Enxergue através dos espelhos d’água, sutilezas do vento.

Sente-se perto de tudo que há de mais podre, asqueroso e ignóbil.
Beije suas entranhas, sinta seu hálito.
Pegue sua mão e beijei se quiser.
Só não se redima por compaixão.

Sempre me esqueço, não ser abstrato.

Externalizações pelas bordas

Quero buscar algo novo, sintético, estético.
Nada lisérgico.
Quero a redenção pela arte, uma forma poética inovadora.

Minhas hesitações, meu caráter, me falta algo além do que é permitido.

Por que não celebrar a morte ao invés dos aniversários?
Se tudo é errado.
Nossa percepção tão selvagem.
Nossas muletas.
Faltam pés a todas sereias do mundo.

(talvez ninguém note)

Por que tanta coisa a ser dita?Quero buscar o que não sabemos que deve ser dito.
Escrever com as pontas dos dedos, não com a idéia.
Fora tudo que seja imutável.Cansei de buscar verdades.

Quero qualquer distância formal.

Plim Plim

A saudade girou a maçaneta do meu peito
E de tanto girar, beliscou minha pele, torceu meus nervos
E arrancou um pouco de tinta

Chegou pisando firme e batendo com força todas as portas atravessadas

Cruzou casas, jardins, cemitérios, camas e textos de todos os tipos
Passou por tudo segurando a respiração
Eu vi através da minha janela cheia de grades

Andou mas não correu.
Eu podia sentir seus passos firmes no chão.

Recolheu pelo caminho tudo que encontrava
Mastigava com seus dentes invisíveis e engolia.

Parou e me olhou nos olhos
Seus olhos em chamas e a carne sangrando
Lambeu meus lábios ardentemente (abertamente)

Ainda enxugo as gotas de suor que ficaram grudadas pelo meu corpo.

Feliz desaniversário

Sucumbi.
Resisti por bastante tempo. Não que não tivesse vontade de ter um blog antes. Mas sempre me achei especial demais pra isso.
Sagitário com ascendente sagitário, lua em leão e sol na casa 12. Para que não sabe o que significa, é basicamente que sou uma vaca, egocêntrica, egoísta, irresponsável, filosófica, que vive no limite da realidade e fantasia.
Ahhh, tenho dois planetas em libra, o que me dá muito senso de organização e disciplina. Porém, deixarei pra usar esses importantes aspectos da minha personalidade quando conseguir um emprego no Bradesco ou passar num concurso para ser funcionária pública.
Por enquanto vivo entre mim. Meus brinquedos, fracassos, silêncios, vaidade, e todos os outros limites que invento diariamente.
Espero não ceder a tentação de utilizar o espaço como terapia e, acima de tudo, não utlizá-lo para agredir os outros ou me justificar.
Como tenho muitos textos antigos vou postá-los aos poucos, para dar um certo volume e alguma credibilidade à página. Se gostarem do que leram, continuem acompanhando o blog. Se não gostarem, sintam-se em casa, também acho alguns uma merda .

ps: Revi hoje o "Clube da Luta", e fiquei meio em um estranho estado de torpor. Pensando sobre tenho vivido bucolicamente uma vida pequena-burguesa-cafona-previsivelmente-resignada.
Podia ter botado fogo no apartamento, mas resolvi criar um blog.
E cada vez mais sucumbo aos apelos da classe média. Amanhã começo a pagar previdência privada.

ps: (sic)