16 de set. de 2008

The jungle V.I.P

Once upon a time eu estava com o carro estacionado na frente da sua casa e você estava parado no seu carro. Para você entrar na sua garagem eu deveria manobrar meu carro, mas ele estava absolutamente fora de controle. Eu bati em muros, postes e meu carro girava desgovernado. Consegui entrar na sua garagem, mas eu já estava de moto. E peguei na porra do volante com força, me concentrei e dirigi por alguns metros em linha reta.

Eu estava novamente na sua casa, na verdade estava na casa do seu vizinho, mas podia vê-lo com ela. Novamente. Podia ver seus amigos.
Você se trocava no quarto, e eu te via perfeitamente, e ela estava sentada na beira da sua cama, muito silenciosa e com o olhar distante. Ela tinha uns cabelos vermelhos, bem vermelhos, e ao mesmo tempo claros.
Seus amigos estavam lá e fumavam e, um deles, tinha lápis preto no olho. E seus dois irmãos, ruivos, bem ruivos estavam fantasiados de lutadores de sumô. Veja bem, você que não tem irmãos.
Entrei na sua casa, e você não falava comigo, claro.
Tampouco falava com ela.
Meus dentes começaram a doer, minha boca latejava, era como se meus dentes estivessem pressionando uns aos outros. Até que um deles, um lá de trás, no canto superior esquerdo, seria um incisivo, molar ou um canino?, arrebentou e se desintegrou em milhões de pequenos pedacinhos. Foi um processo abrupto e quase uma explosão dentro da minha boca, um dos pedacinhos vôo até a cara de um de seus convidados.
Depois disso só havia sangue.

Acordei de manhã com o nariz sangrando.

Apêndice: Tudo isso em algum momento tem que representar um (re) aproximação. Ou uma ruptura. Ou algum tipo de afinidade intergalática. Não é justo comigo, não faz sentido, você continuar tão presente no meu imaginário e estar alheio a tudo isso.

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