8 de ago. de 2011

voluntária de mim

Ela senta
com seus olhos de profundidade
me engolindo

Ela senta
com suas mãos contorcidas
me empurrando

bolas de fogo d'água
me consumindo

Seu fantasma
em sua carne flácida
Seus finos cabelos brancos
em sua cabeça rala

Perdeu o marido para a irmã
A filha para a morte
O apartamento para as netas

Seus olhos me possuindo
Londres, Paris, Berlim

nossos destinos assim cruzados
justamente no seu fim.

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