Para mim mesma eu posso dizer: mas escrevo, e escrever nao é dizer, é marcar para os outros é ficar para a posteridade das minhas memorias inconnues.
Entao o texto é meu, dizendo para mim mesma: o que so eu sei. A dor que so eu conheço, e a faca no peito nao fura o papel.
So a minha dor que ninguém mais sentira, ninguém mais sabera. pois o toque da mao sobre a folha é maquina de impressao de faz de conta. O meu mundo inenomado.
indecifravel.
Faltam dez minutos para o fim da vida.
Uma francesa vestida de vermelho. Ela tem um filho, um patinete e quatro vasos de flores. Ela briga com alguém no telefone. Ela ja gritou com o filho. eu nao sei se ela esta nervosa ou se é so o jeito normal dela.
Acho que a raiva dela é a minha.
ps: eu também achei ela um pouco feia.
faltam sete minutos.
o trem vem e passa por cima da menina.
a dor aparece e senta em cima da ferida.
a ferida é sangue sangrando, o sangue é vermelho amor.
o amor nao existe, minha dor é um buraco com vida.
faltam quatro minutos.
as meninas-fancy-bitchs-americanas usam perfumes baratos e se sentem muito finas por estarem na França.
Mas a França nao é fina.
A França é uma invençao do inconsciente coletivo.
Eles nem bebem vinho!
Eles sao piores do que eu.
faltam dois minutos.
o trem adiantado, ele ja vem lotado.
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