30 de nov. de 2010

quando o carnaval passar

Eu disse pra ele que tinha saudades, com bastante s no final.

Ixi, ele ficou bravo-disse: Chega!, mas disse pra mim que não tinha ficado bravo não:

— Faz bem o que quiser, não tenho nada pra te dizer não. Só não suma não, mande notícias, ligue vez em quando, quem sabe para um jantar ou sexo.
— Mas benzinho, eu amo você.
— Não quero mais ouvir isso.
— Mas eu não consigo ser amiga, quero ser namorada: assim, beijada, abraçada.

Ele não quer, não quer nada.
Sem mim, ele fica mais calmo. Mais calmo? Ai.
Agora você só quer ser só amigo.
Mas fechei os olhos e quase escapou a lágrima que tava guardada pra você lá dentro.
Eu vi meu ódio quase nascer.
Mas então: acho melhor a gente não se ver. Posso ser amiga não. Tenho mágoa da separação.

Ele diz: mas a gente não terminou por falta de amor.
Não?
Não, você concordou comigo que era melhor.
Uai, mas você disse: nem quero mais, não consigo me empolgar nesse amor não. Eu obedeci. E passei bem quietinha pela porta, como o Chico já tinha me ensinado a fazer há muitos anos.

Fui falar sobre o fim da gente junto, bom é relembrar quando a gente ainda era um.
Ele demora pra responder: então tá bom, apareça quando puder, se quiser.

Eu fiquei sozinha do outro lado da linha, olhando os carros passando na janela, pensando naquela rua da sua casa e da vida calma sem mim.
Quem sabe não é assim que se pareça um fim?

Um comentário:

*Livia* disse...

E quem sabe isso não é um começo?
Uma nova fase, um novo caminho?

Bjos