9 de jan. de 2009

As novidades mais quentes da última hora

Não sinto vontade de falar, espero o tempo passar. Sereno, calado, qual era mesmo aquela palavra? Lânguido, lânguido, tinha esquecido que sabia o que era isso.
Como naquele dia que te contei sobre vaidade e escrever um livro todo com impressões inconscientes e você achou do caralho, e eu enchi meu peito de orgulho porque você tinha concordado comigo, fiquei me sentindo tão especial e olhando para você enquanto pensava o quanto você iria se arrepender de não ficar comigo. Onde encontraria alguém que falasse sobre tudo que você gostava de ouvir assim?
Lembrei que você sempre me esperava no bar com um copo da minha bebida favorita, e ria quando eu dizia que gostava de blood mary.

Como ontem, conversei com essa pessoa e enquanto ela falava eu só ficava procurando atos falhos e defeitos, e um certo rancor me fazia ranger os dentes. Será que ela notou? Será que ela sentiu? Porque às vezes desejamos mal para as pessoas sem ter a intenção, sabe? Ou talvez a intenção seja a pior de todas...
Queria ser como ela, assim, articulada. Ou aquela outra amiga minha, que conheceu Singapura e a Malásia, e ainda tem covinha na bochecha.
Caralho, sempre quis uma covinha. É algo meio a pinta da Cindy Crawford.

Sim, alguém entrou no msn agora, pensei que podia ser você. Como penso toda vez que chego em casa que você poderia estar lá me esperando. Ou deixado uma carta com meu porteiro, você é tão old school que me mandaria uma carta, não um e-mail.
Mesmo que fosse algo para me xingar, sabe? Eu poderia ainda sentir sua respiração ofegante e seu hálito quente e. Eu te mostraria novas músicas francesas, só pra você rir de mim e dizer que acha tudo uma bosta. E eu poderia encher minha casa de alecrim, como naquele texto do Caio Fernando Abreu, ou eu poderia ter um janeiro cheirando a pêssegos e incensos, exatamente como os dezembros da Lorena. E passaria uma água de cheiro como Gabriela.
Mas com você eu não precisaria de nada disso, porque você gostava do meu cheiro e gostava de sentir minha respiração.

Eu sei, tá uma merda esse post. É porque não é um texto, é só um post de um blog. E me sinto especialmente inspirada para dizer coisas não interessantes hoje.
Não quero pensar, só existo. Ignobilmente, pusilânimamente (uhuuuu), perdidamente afogada em mim mesma, adormecida dentro do meu próprio peito. Não vivo, não pertenço, não me ausento, porque para sair teria que ter para onde voltar. Não sei nem bem o porquê deste vazio sem gosto. Espero que os dias passem devagar o suficiente para que não sinta aquele vento que bate quando se está em alta velocidade.

Vou ao cinema hoje, para assistir aquele filme, aquele novo de um diretor antigo. Você não sabia nem quem era Pablo Neruda...
O que mais você não sabia mesmo?

Minha visão turva-se, olho minhas mãos marcadas pelo sol, anéis agressivos, as unhas, malditas unhas. Por que você é melhor que eu?
Pareço tão inadequada à cadeira, a carne descolada dos ossos, a pele não resiste, mas os cílios são longos. Os dedos não sabem para onde apontar e os olhos não conseguem enxergar nada sem ser através de lentes multicoloridas. (Objetivo de 2009: comprar óculos 3D. sei lá, podia ser um relógio cor-de-rosa e aquelas geléias gosmentas que ficam marrons no final. Vende na FNAC. Garanta o seu agora mesmo. Está esperando o que?)

Sim, você não entenderia. Sujeitos herméticos, você sabe? Acho que não, você só falava sobre....sobre...sabe que me esqueci? É assim que as coisas começam?
Eu já deveria ter aprendido. Com você não tem mais graça.

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