13 de abr. de 2009

Retrotransmissão

Eu digo que não quero mais. Mas você aparece e diz que eu devo me calar. Eu me jogo da cama, mas você me segura.

E seus olhos brilham e minhas mãos são doces e calmas. Tudo bem, chega das mentiras de sempre. O que posso fazer se não consigo mais pensar por interrogações. E meus cigarros, cada vez mais frequentes, só servem para me lembrar que não há mais fumaças pendentes. Sim, por um instante consigo me satisfazer com círculos que não são os meus, e tudo que me diz e decifra e engole. Mas não mastiga.

Gentil você....

E me pego absorta, sem conseguir assimilar todas as suas respirações. Não que eu quisesse, veja bem, mas é hábito. Desses difícies de se livrar sem algum tipo de ruptura que nunca ocorreu.

E o fogo não faz mais sentido. Nem sei ao certo se deveria. Acho que preciso de gelo. Só para que ele possa derreter devagar entre meus dedos, indiferente a temperatura da minha mão. Sem se importar com a minha inadequação e meu medos latentes e meu coração disparado no peito.

Aí eu voltou a repetir: Nunca Mais. E seus olhos brilham e insistem em me fazer calar e sua respiração controla a minha temperatura interna sem ao menos me tocar.

Acho que não te disse, afinal, essa é uma daquelas coisas que preciso me abster de te contar só para manter um certo mistério, um silêncio cheio de velhas novidades e novas verdades.
Porque eu digo: Chega de mentiras. E quem se cala é você.

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