Aí, ele parou por alguns instantes.
E com aqueles olhos cravejados de histórias sem nenhum silêncio, subtraiu-lhe as cordas vocais.
Sugou suas inverdades obstinadas, suas mentiras absolutas, suas exceções imutáveis e o gosto doce de todos os seus fracassos.
Ela sucumbiu. Com um certo desprazer que a felicidade lhe causava, pois o conforto e o afeto geravam essa estranha sensação de impotência. E se a gente nascesse mesmo para ser feliz? Qual a beleza nisso, Meu Deus?
Ele cortou-lhe os pulsos e riu quando ela disse que tinha medo que o sangue fugisse. Ele não foge, disse com complacência. "Está necrosado. Você precisa abrir todas essas suas veias estreitas, deixar entrar um pouco de ar e então,"
Ele não sabia a resposta. Mas quem disse que ele deveria saber?
E essa estranha mania de controlar tudo? E essa obsessão em conhecer todas as nuances e matizes de olhares cruzados?
Era, finalmente, a sua hora de parar.
Um comentário:
Nossa...tinha esquecido como é bom ler isso aqui...imperdoável!!
E me deu mais saudade ainda de vc!
Bjo
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