3 de nov. de 2008

Desespero não é moda só em 76

Na sexta-feira saí às 7 da noite com uma sensação sublime e confortante ao redor do pescoço. Algo que me subia pelas pernas devagar e me enchia de um um estranho desejo de silêncio e paixão, algo cheio de ternura. Que de alguma maneira combinava com o tempo meio chuvoso e quente que me sufocava.
Ao longo da noite, meu humor oscilava entre um cigarro e outro, e conforme o líquido vermelho ia descendo pela garganta eu conseguia me acalmar por algumas horas.
Tinha sim alguns momentos de lucidez ou será que na verdade consegui me livrar alguns momentos , ainda que pequenos, do meu super ego?Que me persegue há tento tempo...tá gordo o bicho, viu?

Um sábado que eu pouco me recordo. Um sábado repleto de sonhos visionários, Artacho Jurado, olhares trocados, mesas vermelhas (eram verdes, verdes na verdade) e um prato com limão e bitucas de cigarro.

Sonhos indecifráveis, dor nas costas, saudade da yoga, meias e blusa de frio. Estava me escondendo de mim mesma, eu suponho....

Uma manhã chuvosa e quente, Led Zepellin, (...), Led, (...), um Cartola pra não perder o costume de estar no controle.Um banho que cheirava a cor-de-rosa e sem gosto.
Um filme espanhol pela metade, um estranho estado de torpor, de envenenamento, mãos trêmulas, boca semi-aberta, sorriso amarelo (achei que só eu notasse).
Um último cigarro pela metade para terminar o dia, não consegui finalizar nem iniciar nada. Eu que estava tão inspirada, começo de mês. Mantive-me apática, esperando pela janela por um sol que não apareceu.

Sonhos desconexos, uma parede fria, um gosto amargo na boca. Algum tremor me percorria o corpo. Dormi com a estranha sensação de alguém que assiste ao jogo do lado de fora do campo, como um jogador de meia idade gordo, com problemas na coxa esquerda, tomando uma cerveja.
Com uma premonição nostálgica, um círculo que se renova a cada aniversário, que eu aceito sim com muita coragem, mas cada vez mais pálida.

Um comentário:

Anônimo disse...

empacou...
às vezes empaca...