13 de nov. de 2008

Por favor, me dá tua mão

Eu quero falar com você.
Mas estou na dúvida se você está preparado para me ouvir,
Estou hesitante. E se eu não souber o que falar na hora e ficar dando voltas, círculos em volta de uma idéia que não existe, pq se não proferida não é consumada, certo?
Algo não pode existir somente em um plano ideológico, inconsciente. Veja que heresia eu....o ser é, o não ser não é....Ouvi isso faz algum tempo....estava esperando a situação adequada para utilizá-la. Igual a chamar alguém de otário, sempre me vem na cabeça idiota, escroto, imbecil. Mas otário é melhor que todos esses...pq nunca me lembro dos melhores epítetos?
Olha só, hein?Vou dar um trago no cigarro e soltar a fumaça na sua cara. Sou muito especial, fumo só pelo pulmão esquerdo, mas você não acha graça por que não tem senso de humor.
Você me olha meio de soslaio. uau. sos-lai-o
Vc tá ficando careca, sabe?Mas não quero falar de você. Porque hoje já tive uma experiência traumática suficiente para uma manhã de início de verão.
É, to pensado naquele lance de hinos védicos e mesmo assim não consigo me motivar. Só se eu escrever bastante, até o pulso doer, até o ponto que nada que escreva tenha algum sentido artístico, literal ou racional. Aí você vem e me analisa pelos meus textos, que nem eu sei o que significam. Mas você que nem freudiano é, muito menos sabe quem é Yung vai me analisar.
pq minha intuição nunca falha - dirá você num ímpeto vaidoso.
Pq se meu ego me persegue vc não tem super ego. E vc, que tá parado aí do lado não sabe o que é a porra do ID.
rsrsrsrsrs
Desculpe, vc é patético. Especialmente quando enche assim o peito para falar sobre suas crenças, valores, ideologias. Especialmente quando você abre a boca assim para dizer que não tenho.....qual era mesmo a palavra?Limites?Não, não era....mas sei lá, deixa isso....
Deixa você e suas verdades.
Nem queria falar disso. Queria falar sobre os meus planos.
Ficar em silêncio dias a fio, sobre como gostaria de trabalhar em uma fábrica pós revolução industrial. Passar os dias selando embalagens, ouvindo música, almoçando em bandejões. O ponto alto do meu dia seria quando alguém decepasse um dedo, ou quando organissem um motim do qual eu não participaria.
Ficaria sentada do lado de fora, esperando tudo acabar.
E se não acabasse eu podia ir pescar. Claro, eu moraria na Inglaterra. Uma pequena vila, comendo batatas e fazendo sexo na terra, debaixo de árvores de maça.
Teria móveis de madeira, toalhas de renda branca e uma banheira velha.
Meu sonho....eu não teria sonhos. Nem angústias, nem ansiedade, nem convulsões, nem nós na garganta, mãos trêmulas, pés gelados, sangue púrpura, cabelos ralos, coração desconexo.
Viveria à margem da minha própria sombra. E daí? Depois que eu morresse eu iria pro céu viver eternamente feliz, o pastor da minha igreja ou o locutor da rádio diria.
Quem sabe eu visse isto escrito na traseira de um ônibus cheio de fumaça-fuligem-ferrugem que estivesse de saída pra Londres.
Ou num porto sujo com seus marinheiros cheirando a cerveja.
Eu os beijaria na boca.
Sem exceção.
De olhos bem fechados.
Bem fechados. leves. silenciosamente. inocuamente.
Passaria o resto dos meus dias lendo romances ingleses.

Um comentário:

Anônimo disse...

inspirada...devia aceitar meus convites de vez enquando...;+)