26 de mai. de 2009

Museu de grandes novidades

Eram três ou cinco pessoas. O que tinha dedos-longos, o playboy-que-não-pegava-ninguem, o maconheiro, o que gostava-de-psicanálise. Ahhh, e tinha uma que-só-queria-aparecer.
Sentados ao redor de suas mesas, tomavam a mesma cerveja quente, levando o copo à boca repetidas vezes em um ritual histérico, silencioso, contido e resignado.

O playboy, desconfio eu, tinha pau pequeno. E por isso, tentava se auto afimar latindo suas conquistas, peito de pavão, e um certo olhar arrogante e mãos trêmulas abaixo da mesa, tateando no escuro dos bolsos o maço de Malboro (box, ele só comprava box).

A puta, começamos por ela. Só queria companhia e para satisfazer seu ego, precisava dizer: "Sim, você não se lembra?Como era ridículo?" O outro, claro, nunca ela mesma.

Talvez devesse ter pena, afinal, quase todo mundo sabe como funcionam os mecanismos da insegurança em mocinhas modernas (too much city, not that much of sex - licença poética).

O maconheiro, ahhh o maconheiro. Esse filme já foi visto quantas vezes? Uma voz meio rouca, falta de modos, onipotência e um desejo irrefreável de nunca crescer. Superadequado, case-se com sua mãe. Fica aí a dica.

O de dedos longos conhecia seu dom. E gostava de deixar bem claro como sabia usá-los. Receita de um vencedor, fale, fale muito sobre tudo. Critique, fale mal de todos. Você pode, dedos-longos te redimem. Mas será?

Tenho lá minhas dúvidas. Homens conseguem enganar, mas as mulheres, ahhh, a quilômetros de distância sabe-se onde há sensibilidade. E ela não engana nem a si mesma. Tire os brinquinhos prateados pendurados do nariz, aquela tatoo-descolada-marcada-a-fogo-direto-de-pastas-plásticas,e....Já sabe, né? Ou quer mais um clichê?

Pronto, falei.

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